Pode até parecer estranho entrar em um cemitério a meia noite, eu sei, parece algo macabro, mas os motivos que me levaram a ir até lá, eram extremamente nobres. E não, não era para eu me encontrar com um vampiro, ou um fantasma, já que esse tipo de coisa mantinha distância de mim.
Eu estava invandindo, literalmente, invadindo o cemitério municipal, porque eu não podia ignorar o fato de que minha melhor amiga estava morta, graças a uma brincadeirinha idiota de gente do colégio, talvez se eu não tivesse resolvido deixar ela e o namorado entrar naquele racha, se eu estivesse prestando atenção nela, ou não tivesse deixado ela ir, talvez ela estivesse ali ainda.
Mas eu não podia me culpar para sempre, e nem por tanto tempo, eu sei que ela iria de qualquer jeito, e se eu não tivesse ido, talvez fosse pior, mas eu sei que Diana foi até o dia de sua morte a minha melhor amiga, e onde quer que ela estivesse, ela queria que eu seguisse em frente, mesmo que isso fosse dificíl para mim.
Fazia seis meses que tudo tinha acontecido,e depois que eu voltei pra escola e praticamente acabei com o futuro que os caras e a meninas mais ricas que eram os responsáveis pela morte de Diana, só que claro, vetaram o meu anúncio, e salvaram a cara deles, mas pediram educadamente, se não seria melhor, me mandarem para a cidade onde tudo acontecera, no melhor colégio interno do estado.
Então, meus pais me deixaram ali, hospedada no hotel, e voltaram para casa. E assim que eles saíram, eu me informei onde era o cemitério, e as onze e meia, depois da janta, eu fui até lá, e agora, eu estava procurando o túmulo de Diana.
Não foi tão dificíl de achar, e um pouquinho antes de eu chegar no túmulo de Diana e do namorado dela, eu ouvi um som de violão, tinha alguém ali, na verdade, um garoto, super lindo, e tão doido quanto eu.
"Meu Deus, será que ele é um maníaco?", eu pensei comigo mesma, e dei uma risada, que chamou atenção dele.
-Então, não vai dar nenhum "Oi", Sophie? - ele perguntou para mim, e então eu o reconheci, ele era o melhor amigo do namorado de Diana, e foi o garoto que eu beijei no dia da morte de Diana, e foi por isso que eu me sentia culpada. Porque invés de prestar atenção na minh amelhor amiga, eu estava beijando o melhor amigo do namorado dela.
-Oi, Nate, eu pensei que só eu era maluca o suficiente para vir no cemitério a meia noite - eu falei e cruzei os braços, Nate olhou para mim e sorriu, um sorriso lindo, e eu não tive como evitar sorrir de volta.
-Eu fugi da escola, mesmo que oficialmente as aulas só comececem amanhã, eu tô as férias inteiras aqui, a escola, e meus pais acharam melhor eu vir pra cá - ele disse olhando para mim, e fazendo um gesto com a mão, para que eu sentasse do sei lado, e foi o que eu fiz, eu me sentei, e ele me abraçou pela cintura - Eu soube o que você fez com a galera que organizou o "racha", eu achei muito corajoso.
-É, e graças a eles eu estou aqui - eu comentei, e ele deu um leve sorriso, eu não pude evitar sorrir também.
-Pelo menos nós vamos estudar juntos - ele respondeu e eu sorri.
Fazia seis meses que eu não sorria direito, a morte de Diana me abalou muito, e eu me sentia mal por acordar, e saber que ela não estaria na escola esperando por mim, e que ela nunca mais ligaria desesperada pedindo ajuda para escolher uma roupa. E nem para me contar que ela brigou com o namorado.
-Temos que seguir em frente, e guardar os bons momentos no coração - eu falei, e Nate concordou, e me olhou, eu olhei para o túmulo de Diana e já comecei a chorar.
Nate, secou minhas lágrimas, e de surpresa, ele me beijou, assim como no dia do "racha", meu coração quase explodiu, e meu corpo estava em fogo. E eu estava feliz.
Eu sabia que Nate sentia o mesmo, e sabia que nós dois deveríamos seguir em frente. Não esquecendo os nossos amigos, mas vivendo pela memória deles. Isso não significava, juntos, mas se o destino assim quisesse, eu estava de acordo.
E eu não sabia, mas aquele beijo significava que eu e ele estávamos seguindo em frente, e começando a viver a nossa vida, e aprendendo o significado da felicidade novamente.
Nós tínhamos que seguir em frente, mesmo que isso fosse a coisa mais dificíl do mundo.
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