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Um pouco de açúcar...

Ela acordou cedo naquele dia, levantou-se da cama com os cabelos bagunçados e os olhos avermelhados, chorara a madrugada pelo rapaz que estivera apaixonada por muito tempo. Por um tempo ela acreditara que ele gostava dela, mas agora sabia que talvez aquilo tivesse sido só tempo perdido. Agora estava longe, estava em outra cidade, começando uma nova fase de sua vida. E prometera a si mesma que iria esquecê-lo. Mas não era fácil, era quase uma doença, parecia que ela precisava dele. A garota sorriu com a ideia besta e revirou os olhos, ela não precisava dele, isso era só uma idiotice de uma garota apaixonada. 
Caminhou bocejando até a cozinha, e começou a preparar uma xícara de café, enquanto o café passava, ela começava a sentir o cheiro gostoso da bebida preencher a cozinha, ela ligou o computador, e verificou os e-mails. E quase deu um pulo ao ouvir a campainha tocar. 
Esquecendo-se que estava de pijama simplesmente foi até a porta, e olhou pelo "olho mágico", e surpresa viu seu antigo melhor amigo ali, um que fazia anos que não via, ela sorriu e abriu a porta, ele estava muito bonito. E a olhou de cima a baixo, ficando boquiaberto. 
-Ah... - a garota corou ao perceber que estava com uma camisa velha e um short curtinho, sem contar que ela deveria estar um caos - Espera aí, Tina?
-É, sou eu, é você mesmo Rafa? - ela perguntou sorrindo, e ele assentiu - Desculpe pelas minhas roupas, eu acabei de acordar...
-Você passou a madrugada chorando por culpa dele, não é mesmo? - a garota corou e suspirou - Ele não te merece Tina.
-Eu sei disso Rafa, mas não mando no coração... Sou uma trouxa, eu sei...
-Não, você só é sentimental demais, e teimosa - ele falou sorrindo e abraçou a garota, que deu uma risada.
-Certo, sou teimosa, mas entra, estou fazendo um café... Aliás, porque você está batendo em plena seis e meia da manhã na minha porta?
-Sou seu vizinho da casa do lado - ele falou sorrindo - Acordei agora pouco e fiz um café, mas percebi que não tinha açúcar, aí vim pedir um pouco.
-Um pouco de açúcar? Bem, vem, toma o café, e aí eu te dou o açúcar - ela falou sorrindo e praticamente puxou o garoto  para dentro. 
-Já que você pediu tão educadamente...
-Rafa, nem tente disfarçar, eu estou mandando, não pedindo -os dois riram com a frase que a garota costumava sempre falar quando praticamente obrigava o amigo a fazer algo por eles dois. 
Enquanto ela pegava as xícaras, Rafa percebeu como a amiga crescera, a última vez que se viram fora na festa de uma amiga, os dois moravam longe, e sempre se falavam por e-mail, ou telefone. Eram quase irmãos, mas agora ele estava vendo Tina com outros olhos. 
Tina serviu o café, e sorriu para Rafa, alguma coisa dentro de si começava a mudar, o garoto que ela chorara a noite estava quase que esquecido, e ela percebeu que talvez tudo o que sentia por aquele garoto estava quase que sumindo, como sempre acontecia quando falava com Rafa. 
-Então, você veio para cá, vai cursar que faculdade? E onde? - Tina perguntou começando a tomar seu café. 
-Medicina, e acho que na mesma que você...
-Tá brincando? Então nós vamos fazer o mesmo curso, na mesma universidade, ou seja, nós vamos estudar juntos?
-É bem provável né Tina - ela sorriu ao ouvir isso dele, por algum motivo era bom saber que eles estariam por perto.
Conversaram por mais algum tempo, até que ela pegou o açúcar, e entregou a ele, assim que ela fechou a porta, sentiu a respiração falhar, e começou a rir, mesmo sem saber, Rafa havia tomado o lugar daquele babaca por quem se apaixonara uma vez, e dessa vez ela podia ter certeza que não iria se decepcionar. 
Rafa sorriu ao entrar em casa, e prometeu que nunca deixaria Tina chorar, só se fosse de alegria, e prometeu a si que ela seria a mãe de seus filhos. 

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