Como cegos que podem ver, eles andam pelas ruas, cumprindo seu papel, totalmente alienados a uma sociedade perdida em uma falsa realidade de glória e grandeza, que não passa de um disfarce para a verdadeira situação da humanidade.
Eles que andam, trabalham, cumprem seu dever, veem a fome, a pobreza e a miséria, sentem pena, alguns fazem doações, mas não entendem de verdade o que fez aqueles que estão em situações deploráveis ficassem daquele jeito.
Alguns bobos diriam carma, outros falariam que era azar do destino. Eu responderia que foi pela cobiça do homem, que conquistou, conquistou, roubou riquezas de povos que eram os verdadeiros donos dela, e deram para poucos, que cobiçavam mais e mais, e não estavam nem aí para o povo que conquistou.
Eles não queriam saber dos humanos, da capacidade deles, e sim do que tinha nas terras, das falsas riquezas, e na sua cobiça e hipocrisia tentaram obrigar aquelas pessoas a serem como eles, mas as tratando como bichos.
Quando poucos acordaram e entenderam que eram seres humanos iguais, e até por terem mais desejos e desse modo pecados, eram piores do que aqueles que já sofriam e morriam de fome, tratados como lixo, como bichos, como seres desprezíveis que na verdade não eram, e não são, e sim aqueles que os fizeram serem tratados e vistos assim.
A humanidade chegou ao cúmulo, libertou aquelas pessoas, mas não deu condições para elas se recuperarem, pense um pouco, como é que eles iriam se adaptar a um mundo capitalista, se todas as riquezas que tinham já tinha sido esgotada pelos antigos dominadores?
Como um velho senhor que viveu a vida inteira compartilhando seu conhecimento como o essencial, agora entenderia que tinha que trabalhar para conseguir dinheiro para viver? E que talvez seu conhecimento para sobreviver não valesse mais nada?
Porque nunca vale, a sociedade valoriza os gênios, os que descobrem algo que lhes trará dinheiro, ou oportunidade de dinheiro, mas nunca valorizam o que cada um vivenciou, o que cada um aprendeu com seus próprios olhos, e a sociedade também não valoriza a cultura de outros povos. Fingem que respeitam, conhecem como funciona, mas nunca tentaram entender ao todo o que aquela crença, ou aquela cultura em si significa para cada pessoa que está nela.
A sociedade, salvo poucas mentes que aprenderam a usar os olhos e o cérebro que possuem, sempre e deixou levar pelo governo que queria que elas não respeitassem, não entendessem e nem buscassem totalmente o conhecimento.
As pessoas se acostumaram a viver sem enxergar, elas se acostumaram a não usar mais a mente, a não pensar sozinhas, a serem induzidas pela mídia, sem tentar ver o que há por trás do que é colocado para ela, e o ponto de alienação chegou a tanto, que discutem com aqueles que já abriram os olhos e tentam ás vezes em vão colocar o que pensam em vista.
Mas não há o que fazer, há? Sair gritando não vai acabar com a alienação que vem de milênios, palavras não acabam com políticas de "pão e circo", e por isso continuo aqui apenas escrevendo palavras de revolta contra a alienação.
Também me revolto contra o meu silêncio, ou o silêncio dos outros que já viram, mas a revolução de poucos não é a resposta. Gritar, impor, querer mudar a sociedade de uma hora para outra, segundo minha mãe, não dá certo. É óbvio que eu não acredito plenamente nisso, mas mesmo assim, notei que quando eu brigo pelo que penso nunca dá certo, ás pessoas resolvem discutir e aí fingem que tem ideais, ou ideias próprias, mas quando apenas falo o que penso e me calo a discussões, ás pessoas param e começam a pensar. Talvez seja o começo.
Não se calar, mas não discutir. Apenas falar e esperar.
Esperar que as pessoas vejam por si só como está o mundo, como elas deixaram ficar e que todos comecem a mudar, e aí, aí sim o mundo vai começar a virar um mundo melhor, não só para mim, ou para você, mas para todos.
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