Uma fazenda está abandonada em algum lugar no meio desse nada pequeno mundo em que vivemos, o lugar está vazio, velho, apodrecendo, os animais dali já foram roubados, ou fugiram, assim como os donos foram embora dali, pelo mesmo motivo ou por outros alheios a vontade natural deles. Os antigos donos levado no silêncio da noite, jazem adormecidos sob a terra, onde duas cruzes feita as pressas por alguém que já não queria ficar mais tempo ali mostram onde descansam.
Tudo parece estar silencioso, não há vento, não há som de animal algum, seja pássaros ou inseto, tudo parece vazio e meio morto, como se o lugar estivesse de luto. Luto pelo que? Pediriam os curiosos, e eu lhes responderia apenas que ele sente falta. Falta do que? Tornariam a repetir, eu apenas sorriria, não responderia é claro, mandaria os olhar novamente a paisagem.
De repente um vento suave começa a soprar movimentando um sino antigo que está pendurado em uma das portas, o sino começa a soar levemente, é quando começa a se ouvir o primeiro passarinhos voltar a cantar, avivando todas as aves por perto que refazem toda uma melodia, quebrando o silêncio, e enchendo o lugar de lembrança e nostalgia de quem sabia que os antigos donos nunca deixavam aquele lugar em completo silêncio. É quando os pássaros param de cantar, que o sino para de bater, o vento não sopra mais e tudo volta a estar em silêncio.
É quando uma pessoa chega, sabe-se lá vinda de onde, para e contempla o aparente silêncio, e fecha os olhos, como se pudesse no silêncio ouvir a melodia que acabara de ser reproduzida pelos pássaros. Alguns minutos depois alguém chega do seu lado.
-Que terreno mais assustador e perturbador - o outro lhe fala com receio - É silencioso demais.
-Não há silencio aqui, isso eu lhe garanto - e com um sorriso no rosto a pessoa continua a falar - Vou ficar com o terreno.
-Mas porque? Isso aqui parece um cemitério!
-É só preciso alguém trazer novamente vida a esse lugar, é preciso quebrar o silêncio, trazendo a melodia da vida novamente, e você verá como escolhi bem - e deixando o outro ainda sem entender, vira as costas para o terreno e volta a andar para fechar negócio com o filho dos antigos donos.
-Não sei o que esse louco viu neste lugar - resmunga o segundo que parte sem ver que o vento voltava a soprar, e sem ouvir a melodia do silêncio, a melodia que o outro abrira a alma e fora capaz de ouvir.
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