Oi, tem alguém aí?
Vocês já ouviram falar de Amanda
Palmer?
Cantora, artista, feminista,
maravilhosa, cantora de punk cabaret
da banda Dresden Dolls, mãe, esposa
(por acaso, do autor maravilhoso Neil Gaiman), e também autora do livro a Arte
de Pedir (em inglês: The Art of Asking).
Amanda conta em seu livro sua
construção como artista, e em como pedir e se doar fizeram ela ter sucesso nos
primórdios dos sites como kicksterr e o patreon, em como sua base de fãs que
foi sendo conquistada através da intimidade que desenvolveu com eles enquanto
artista a permitiu abandonar uma gravadora e se tornar uma artista
independente.
O livro é uma leitura gostosa,
que nos ensina não apenas como Amanda chegou aonde chegou, mas nos faz
questionar nosso próprio comportamento, como pessoas e também como artistas.
A leitura me ensinou sobre
confiança, sobre doar a si mesmo e principalmente sobre confiar.
A arte é uma troca, e para
ocorrer uma troca você precisa confiar, mesmo que você acabe se decepcionando,
muitas vezes você consegue algo muito maio:
o contato humano.
Amanda traz relatos de como
aprendeu a usar o Twitter, e de como usa a ferramenta para conseguir um local
para dormir para sua banda e para si mesma nas turnês, em como esses encontros
inesperados e seus shows aleatórios (ninjas
sessions) recarregam suas energias e a fazem entender porque escolheu fazer
o que faz.
Ela compartilha conosco suas
reflexões, e até mesmos alguns medos que teve quando Neil a pediu em casamento.
Aliás, os momentos em que ela fala de Neil foram alguns dos meus preferidos, só
perderam para as conversas com Anthony (e quem é esse? Você vai ter que ler
para descobrir).
A leitura deste livro veio no
tempo certo para mim, fez eu me questionar sobre a timidez que vinha me
assolando e em como eu realmente estava sendo boba no medo de fazer perguntas,
no medo de me doar, e no medo de mostrar minha arte e minha própria capacidade
para os outros.
Lembrou a coisa mais óbvia do
mundo, mas que sempre esquecemos: O não você já tem, pedindo você pode ter o
sim.
Amanda conduz a narrativa de uma
forma que vai de partes que vão te fazer rolar de rir a outras que irão te
fazer chorar, mas que principalmente vão fazer você perder o medo de fazer
perguntas, de confiar e de se doar.
E, se você é um artista, talvez
te dê ótimos conselhos de como conseguir um pouco de grana sem sentir culpa por
isso.
Outro ponto interessante do livro
é sobre o que Amanda chama de A Patrulha da Fraude (a psicologia chama de a
Síndrome do Impostor) e como, de certa forma, lidar com ela. Amanda nos mostra
que ela sempre vai estar presente, mas que podemos fazer a nossa voz falar mais
alto, nosso trabalho e nossos talentos se sobressair sem ficarmos nos
questionando se realmente somos bons, porque sabemos que estamos fazendo o
melhor que podemos com aquilo que temos.
Recomendo a leitura do livro, é
uma experiência gostosa e te abre a visão para muitas coisas, principalmente se
você é um artista e tem medo de começar de maneira independente (aliás, nesse
sentido acho que é válido você dar uma olhadinha nesse discurso incrível doDave Ghrol).
Amanda também demonstra a
importância de deixarmos o orgulho de lado e deixarmos as pessoas nos ajudarem,
isso é algo que hoje em dia precisamos reaprender, vejo muito que às vezes
poderíamos dividir tarefas, mas por egoísmo ou medo de pedir nos
sobrecarregamos e não deixamos nem que está disposto a ajudar, a nos ajudar.
A Arte de Pedir Desculpas – Ou como
aprendi a não me preocupar mais e deixar as pessoas ajudarem, é um livro
incrível e entrou para o meu rol de livros preferidos da vida.
Ainda não tenho a versão física
(meu aniversário é dia 19 de Agosto, olha a dica de presente), mas se você tem
ele aí na sua prateleira, estava pensando em comprar (ou gostou desta resenha),
pode comprar e ler que você não vai se arrepender.
E também, não deixe de conhecer
Amanda Palmer, ela é uma artista incrível e tem músicas maravilhosas, como TheBed Song e The Ukelele Anthem, que são minhas músicas preferidas dela.
Beijos de luz,
B.
P.S: Se quiser ter uma impressão ainda mais profunda sobre o livro recomendo ver a palestra da Amanda no TED, que inspirou o livro ;)
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